O Sítio do Também Não

Conta-se que certa vez, Alexandre, o Grande, se deparou com Diógenes na rua e lhe disse: “Eu sou Alexandre, o grande rei”. Ao que Diógenes lhe respondeu: “E eu sou Diógenes, o cão”.

quarta-feira, junho 08, 2005


"Os cidadãos europeus podem e devem escolher. Essa é a primeira grande virtude a extrair da morte anunciada do presente tratado"
Fernando Rosas, no "PÚBLICO", 8-6-2005

Entretanto decorre uma sondagem no Expresso.Online onde à pergunta "Continua a fazer sentido que os portugueses referendem o Tratado Constitucional europeu?"
57,24% respondem que não faz sentido (!) e
40,79% dizem que faz, e apenas 1,97% não sabe ou não responde.
Quando isto é entre uma élite decerto mais habilitada e com acesso aos computadores, o que dirá o "homem de rua" à ideia de nem sequer se fazer o Referendo e tudo continuar a ser decidido pelo Poder apenas pedindo depois aos cidadãos que assinem por baixo?
Óbviamente há o principio de uma movimentação da "inteligentsia" tuga para a suspensão do Referendo, senão atente-se no que diz Pacheco Pereira no "Publico" de hoje (9/Junho):
"PAC, PEC, financiamento da União, 'cooperações reforçadas' no euro, em Schengen, reforço dos poderes da Comissão, menos egoísmo nacional na coesão, tudo isto pode ser avançado e muito sem nenhum novo tratado".

Repare-se bem: reforço "da Comissão", e não reforço do Parlamento!

Buldogue

2 Comments:

  • At 5:18 da tarde, Blogger mfc said…

    Votarei resolutamente NÃO..." e não me venham com palavras piedosas"!

     
  • At 10:00 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    de facto, há muito movimento de bastidores. Algum NÃO (como Pacheco Pereira) quer coisas que ainda ninguém compreendeu (pelo menos eu). Renegociar o tratado, certo, mas numa base mais liberal e de maior dependência relativamente aos USA? Parece...

    A situação é tudo menos clara, como, aliás, sempre acontece nos períodos de mudanças mais profundas: há interesses a movimentarem-se em todas as direcções (como muito bem lembra um texto neste blog, que fazer de determinados poderes instalados, como as monarquias), há uma incapacidade total de os partidos, mesmo o BE e o PC ou os Verdes na Europa, para abandonarem a lógica dos conflitos de grupo, o capitalismo (tal como está, naturalmente) confessou já a sua incapacidade para resolver os problemas, quer se trate de empresas ou indivíduos (veja-se a questão do aumento da idade da reforma, altamente contestada pelos patrões, que se vêm obrigados ao despedimento colectivo para introduzir tecnologia e garantir ganhos de produtividade (preços baixos).

    enfim, pelo menos dois dos vossos colaboradores puseram já a questão central: avançar para uma nova europa, construída por todos os cidadãos, mais preocupada com pessoas que com números abstractos e considerando os princípios inclusão e proximidade.

    aa

     

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