O Sítio do Também Não

Conta-se que certa vez, Alexandre, o Grande, se deparou com Diógenes na rua e lhe disse: “Eu sou Alexandre, o grande rei”. Ao que Diógenes lhe respondeu: “E eu sou Diógenes, o cão”.

sábado, junho 04, 2005

O Medo e o medo

Não se ouve outra coisa: quem diz NÃO à Constituição, perdão, ao Tratado que Institui uma Constituição para a Europa, tem medo. Tem medo do desemprego, tem medo da concorrência, tem medo do futuro, do cão do vizinho, do periquito da prima, do sorriso do padre ... enfim, está aterrorizado. E no entanto ... no entanto é do lado do SIM que vêm os argumentos catastrofistas misturados com ingenuidades que insultam quem assiste ao espectáculo.

Incapazes de responder à evidência cada vez maior da existência de dois mundos separados, embora definindo-se mutuamente, que produz um efeito de esquizofrenia social e política (os políticos já não falam cidadanês, vivem encerrados em jogos puramente abstractos cujas regras não têm suporte na realidade), são eles, os defensores do SIM que estão em pânico. Em pânico porque já só lhes resta a esperança, em pânico porque se tornam redundantes, porque os cidãos ousam pôr ideias a debate sobre modos de construir o futuro, porque os lucros, os tachos, as teias de cumplicidades estão ameaçadas e, pior que tudo, a democracia ameaça tornar-se uma exigência: o poder pode (ó suprema desgraça) cair na rua!!! - talvez por isso já se ouvem apelos à 'iniciativa dos políticos para superar o impasse', o que, em cidadanês, quer dizer: aprove-se pela porta do cavalo.

Como diz uma canção já antiga: cuidado Casimiro, cuidado com as imitações

RA